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Método de preparação para o concurso de juiz federal

O método de preparação para o concurso de juiz federal não é complicado. A dificuldade maior está nas matérias que são muitas e envolvem assuntos que pouco se estuda na faculdade.
 
O método é o seguinte:
1ª fase: quem faz é o CESPE/CEBRASPE (no caso do TRF1 e TRF5). Nos TRFs 2, 3 e 4 é uma banca própria. Deve-se estudar muita jurisprudência e lei seca e estudar por livros voltados para concurso. Aqui a preparação é normal, como se fosse um outro concurso qualquer (padrão CESPE/CEBRASPE), no entanto, estudando as matérias específicas. E, repito: muita jurisprudência e lei seca.

2ª fase (discursiva), sentença e oral: caso aprovada na 1a fase, é indispensável que você entre no grupo de estudos que os aprovados na primeira fase formam para estudar. A partir da 1ª fase quem passa a fazer e a corrigir as provas são os próprios membros da Comissão Examinadora. Normalmente, estas pessoas possuem mestrado, doutorado, livros e artigos escritos. É obrigatório que você leia tudo o que essas pessoas escreveram porque as questões serão extraídas daí. O grupo de aprovados serve para catalogar estes textos e, na medida do possível, resumi-los para facilitar a leitura. Se o examinador for juiz ou Desembargador, deve- se também ler as decisões que ele proferiu no último ano.
 
Por isso, depois da primeira fase, você deverá adotar esses escritos como material de estudo. Se o examinador cita determinado livro em seus votos, você deverá estudar o assunto por esse livro. É um trabalho inicial de pesquisa, investigação e, depois, de leitura.
 
Estude de segunda a sábado. Descanse no domingo. Estude o maior tempo que você puder. Essa história de que a pessoa passou estudando pouco ou é mentira ou é um caso excepcional. As pessoas que eu conheço e que passaram em bons concursos estudaram e se esforçaram muito. No entanto, apesar de ter que estudar muito, você não pode deixar de continuar sua vida e se divertir também porque o caminho da aprovação muitas vezes é longo e você não vai conseguir passar todo esse tempo em uma rotina na qual não haja espaço para lazer.
 
É extremamente importante que você estude duas matérias por dia. NÃO estude uma matéria por vez até acabar o livro. Explicando melhor: tem pessoas que estudam só direito constitucional, todos os dias, até o livro acabar. Então passam para outra matéria e estudam só ela até o livro acabar. Isso é completamente errado porque faz com que você fique praticamente seis, sete meses sem estudar determinadas matérias, fazendo com que perca o contato com elas, além de, no final, já estar entediada de só estudar uma matéria.
 
Estude, portanto, duas matérias por dia. NÃO TENTE LER mais de um livro sobre a mesma matéria. De forma alguma! É importante ler cada um dos livros indicados no mínimo três
vezes. Na primeira, você aprende. Na segunda, você começa a decorar algumas coisas. Na terceira, você decora mais coisas.
 
É falsa essa ideia de que nós precisamos aprender e não decorar. É necessário de início aprender e depois decorar sim. E, infelizmente, decorar muito. Para isso, é preciso repetir a
leitura.
  
Antes de você estar totalmente pronto para o concurso da magistratura federal, é necessário que você construa uma base de estudos sólida, suprindo as deficiências da faculdade. Não se engane: todos nós saímos da faculdade com extremas deficiências porque o ensino lá não é de excelência (qualquer uma delas).  Por isso, é preciso que você faça uma autoanálise e verifique se a sua base já é sólida. Se não for, antes de estudar especificamente para a magistratura federal, é importante reforçar esse alicerce, ou seja, nivelar seus conhecimentos. Só a partir daí que você irá começar a se dedicar para o estudo voltado especificamente para a magistratura federal.

Algumas vezes, é interessante primeiro estudar e passar em um outro concurso menos disputado (“concurso meio”) e depois, com calma, ir se dedicando exclusivamente para o de
Juiz Federal (“concurso fim” da pessoa). Isso faria com que a pressão sobre seus ombros diminuísse consideravelmente e você poderia aliar a prática com os estudos o que ajudaria
também na hora da prova.

Bem, essas informações serviram para mim e ajudaram bastante. São experiências que funcionaram comigo, mas é claro que cada pessoa tem seu método.

Sobre o Autor

Adriana Hora Soutinho de Paiva

Juíza Federal Substituta do TRF da 1ª Região (aprovada no XVI Concurso). Aprovada para Juíza de Direito do Tribunal de Justiça de Alagoas. Aprovada no concurso de Procurador Federal. Ex-Técnico Judiciário, Analista Judiciário do TRF da 1ª Região e Analista do MPU.